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#07: julho - por que (eu) escrevo

sobre linhas órfãs & portas mágicas

nessa edição:

  • alguns pensamentos desconexos

  • agosto está chegando!

  • spoilerzinho-nho-nho de civy

SPOILERZINHO DE CIVY

resolvi deixar um mimo nessa newsletter e deixar a primeira arte de Civy aqui, feita pelo @GodlyGalahad (twitter)

PENSAMENTOS DESCONEXOS

No começo desse ano, eu postei um photodump com a legenda “gostaria que a eu do futuro me desse alguns spoilers do que vem aí”. Era janeiro, eu estava de férias depois de um semestre difícil, e tinha ido comer uma comida gostosa e passar uns bons dias no meio do nada.

Na época, eu estava um pouco cansada e meio que não estava acreditando que coisas pudessem acontecer — mas essa é a vida, no fim das contas: um caminhão de coisas acontecendo e passando por cima de você. Acho que se a eu do futuro tivesse me dado esses spoilers, a eu-de-janeiro não teria acreditado.

Até porque a vida está acontecendo, a todo momento. E, às vezes, a gente só está olhando na direção errada. Foi pensando no futuro que eu parei de me preocupar com o que não acontecia e passei a fazer coisas, para que algo pudesse acontecer.

Depois disso eu meio que não parei de fazer, criar, responder, pensar, pensar, pensar. Logo, logo vou diminuir meu ritmo e — espero eu — pensar menos e aproveitar mais. Quero fazer listas de coisas para assistir, coisas para ler; quero sair com meus amigos, ver pessoas, tirar fotos, comer minhas comidas favoritas.

2023 me atingiu com força nesse primeiro semestre, dei adeus para coisas que eu não queria, finalizei coisas que eu precisava, e um mês se conectou no outro e às vezes eu sinto que estou me perdendo nas contagens dos dias. Quer dizer, quase estou me perdendo… Porque agosto está chegando, o que significa que Civy está chegando, o que significa que… Vem muita coisa legal por aí!!! E já que essa seção está sendo de info dumps então:

Deixei uma linha de Civy no começo dessa news e prometo que vai ter uma news apenas falando sobre minhas referências para essa história e tudo que aconteceu até a versão final — por enquanto, eu me contento em dizer que o ebook está lindo, o texto redondo e eu estou muito feliz. Muito, muito mesmo.

Chorei enquanto relia Civy e chorei especificamente nessa linha que resolvi deixar ali em cima, e queria dizer que eu não sou muito de chorar com meus próprios textos. De modo geral, eu vejo tudo de fora, como se uma redoma de vidro me impedisse de chegar até esse lugar “emotivo”. Eu também enxergo escrita como trabalho, então talvez isso interfira mais nessa ligação. Só que Civy foi uma história tão estranhamente única, tão dolorosamente íntima… É o tipo de epifania que, realmente, só a compreensão de que o universo é infinito pode nos causar. Dito isso:

Eu gosto da minha voz autoral em novelas — gosto de Uma noite inesquecível e de como a história foi construída. Fico repetindo que Civy é para as viúvas de UNI, inclusive. E acredito que o lance é que eu me permito ser mais… mais alguma coisa quando escrevo novelas. Eu gosto dessas narrativas intermediárias e gosto de arriscar coisas, conceitos, cenas. Então sempre acabo escrevendo novelas que se tornam meus xodós narrativos.

Uma coisa que foi meu diferencial em Civy foram as linhas órfãs. Tem um punhado ali dentro dessa história e eu não me arrependo de nenhuma delas. Sinto que essa história nasceu para aproveitar o potencial, o vazio e o subtexto que as linhas órfãs são capazes de oferecer. Amo linhas órfãs. Fiquei um pouco obcecada com o conceito quando descobri ele. E, assim como tudo quando você escreve, é preciso dosar o uso de linhas órfãs, mas em Civy cada uma delas foi proposital. O que me leva a:

Vou indicar um ensaio do George Orwell que eu li essa semana que passou e me fez pensar coisas — sobre escrever, sobre escrita, sobre o tipo de escritora que quero e almejo ser. O texto se chama Por que escrevo e, tecnicamente, eu já tinha lido durante a minha graduação, mas gosto de revisitar leituras sobre literatura, escrita e criatividade de tempos em tempos porque não sou mais aquela menina e talvez a mulher que lê hoje, leia com outros olhos.

Nesse texto Orwell fala sobre a própria escrita e sobre os grandes quatro motivos que existem para escrever prosa. O número é meu favorito: puro egoísmo. Também destaco um dos meus trechos favoritos: “Faz sete anos que não escrevo romance algum, mas espero fazê-lo muito em breve. Está destinado a ser um fracasso, todo livro é um fracasso, mas ao menos tenho certa clareza sobre o tipo de livro que quero escrever.” Fico pensando que se George Orwell achava isso da própria escrita (e escreveu 1984 e A fazenda dos animais), significa que estamos todos no mesmo barco de incerteza sobre o próprio texto. Inclusive, adorei a fala dele quando reflete sobre os escritores: “Todos os escritores são vaidosos, egoístas e preguiçosos, e bem no fundo de seus motivos há sempre um mistério.”

No fim das contas, é praticamente impossível mapear as motivações de quem escreve. Alguns de nós nem sabem o que os motiva a escrever ou qual a razão pela qual estão escrevendo. Para esses eu recomendo descobrirem o quanto antes, já que é muito fácil se perder quando não se sabe em qual direção você deve — ou quer — ir.

INDICANDO COISAS LEGAIS

DANGEROUS CONVENIENCE STORE

Um dos meus manhwas BL favorito chegou ao fim e eu queria muito indicar ele aqui! É uma história +18 sobre um jovem universitário todo ferrado na vida, que está trabalhando em uma loja de conveniências que fica em um bairro meio barra pesada já que tem muita gente mafiosa. É lá que ele acaba conhecendo um homem anos mais velho, que meio que é… mafioso. Depois que a paixonite dele meio que se revela um lixo, ele e o cara mais velho tentam dormir juntos e é…

Simplesmente maravilhoso! Tem umas cenas adultas incríveis e gosto que as três temporadas do manhwa seguem a linha do: 1. eles se conhecem 2. eles tentam dar certo e não dá e 3. eles se reencontram e tudo pode acontecer.

Recomendo demais!

GET UP do NewJeans

Estou obcecada pelo EP novo do NewJeans.

Ouvi ele na última semana no repeat e é impressionante que não tem uma música ruim. Minhas favoritas no momento são Supershy e Cool with you. Eu ando em uma fase na qual não acompanho muitas coisas, mas estou começando a me interessar muito pelo NewJeans — elas são tão talentosas e os conceitos dos MVs são tão legais!!

Esse mês de julho foi um mês com gosto de ressaca. Acabei só trabalhando, escrevendo e pensando nas mil coisas que estão acontecendo na minha vida no momento. Ao mesmo tempo que eu não estava com cabeça para escrever essa news, não queria deixar a semana passar em branco. Então resolvi fazer algo mais simples.

Estou torcendo com todo o meu ser para conseguir voltar a fazer coisas e me sentir bem com tudo — com a vida, com minhas leituras, com meus projetos. Mas eu também entendo que esse ano muitas coisas aconteceram e eu tive que dar conta de mais coisas que eu conseguia e — acho que — estou um pouco sobrecarregada. Risos. Risos e lágrimas.

Ah, sim: também queria avisar que ao invés de quinta-feira, meu novo dia para enviar as newsletters quinzenais vai ser sábado.

Depois de dizer isso, vou encerrando essa news.

Com carinho,

e ansiosa para agosto,

(adri)elli c. almeida 💘