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#06: julho - devorando o mundo
sobre fraudes & insuficiência
nessa edição:
me formei!
camp nanowrimo
coisas legais
é, amigos… acabou
Eu sei que estou correndo o risco de soar repetitiva, mas escrever sobre finalizar a minha jornada universitária me ajudou a manter a cabeça no lugar quando tudo parecia que ia dar errado (e tudo pareceu que ia dar errado por muitos meses, então….).
Eu finalmente acabei.
Terminei a faculdade. Entreguei TCC, defendi, fui aprovada. Acabou!!!! E eu tô aliviada e extremamente cansada. 2023 tá sendo uma montanha-russa de sentimentos — alguns ruins, alguns péssimos e outros incríveis, maravilhosos. Acabar meu curso quase acabou comigo, mas tive a sorte de ter pessoas maravilhosas ao meu redor, então, no fim, deu tudo certo. Custou um pouco mais do que eu queria em questão de saúde emocional e física, mas deu certo. E, ufa, chega de reclamar disso.
Vamos reclamar de algo muito parecido.
Agora que eu estou focando nos meus projetos de escrita e lançamentos de 2023 estou notando como a faculdade me prendeu em uma gaiola. Eu não escrevi muito durante meus anos de faculdade e eu estava o tempo todo correndo para entregar algo, fazendo estágios, dando voltas no mesmo lugar — vivendo a vida fora da internet. Sinto que isso foi necessário, até para manter a minha cabeça no lugar sobre coisas relacionadas ao mercado editorial, mas eu também me senti incapaz e menos criativa durante esse tempo.
Não me entenda mal: eu vivi coisas incríveis na universidade pública. Fiz amigos, fiz cursos, assisti palestras e tive professores incríveis. Eu aprendi muita coisa e não me arrependo em momento algum da escolha de ter cursado Letras porque esse curso me deu ferramentas úteis para a escrita, conhecimentos sobre a literatura. Eu ainda sorrio sozinha pensando que me formei em Letras, como eu sempre sonhei.
No entanto, parecia que durante meus anos de estudo, eu estava sempre cortando minha voz autoral… o tempo todo; parecia que as coisas que eram importantes para mim eram insignificantes para a academia e — infelizmente — eu sou um pouco covarde. Tenho essa mania horrível de desistir das coisas sem tentar. Com o passar dos anos tentei mudar isso e repetir para mim mesma que “o não a gente já tem”, mas ainda assim eu tenho meus momentos de covardia.
Momentos que eu paro no lugar e prefiro não falar do que correr o risco de passar vergonha, momentos que prefiro não fazer do que que correr o risco de ser humilhada. Fui uma pessoa obesa quando era criança, adolescente e até um pouco do começo da vida adulta. Eu estava sendo humilhada o tempo todo por simplesmente estar ali. Ser quem eu era. Então, tento ser gentil comigo mesma, mas essa covardia de existir aconteceu muito durante a minha graduação. Acabou que eu entrei muda e sai calada, sem comentar sobre minhas histórias, meus livros e as coisas que eu fazia. Eu achava que não era tão importante assim — às vezes eu ainda acho.
Essa voz da autossabotagem às vezes não fala: ela grita.
E eu tenho uma audição seletiva horrorosa, porque estou sempre ouvindo só as coisas de teor negativo. E é muito fácil cair nessa armadilha da síndrome do impostor, principalmente quando você lida com arte e com a validação externa.
(Só para registro: eu não me acho incapaz sempre. Não o tempo todo. Mas existem dias e Dias. E, nossa, alguns são Os Dias.)
Só que perceber que a faculdade me cortou bons anos de criatividade e liberdade criativa me doeu um pouco e eu fiquei imaginando a quantidade de coisas que poderiam ter sido diferentes. As coisas que eu poderia ter feito, os textos que eu teria escrito. Também tento não me agarrar muito em possibilidades… Bem, porque no fim das contas não foi assim. E ponto.
Mas doeu em um lugar muito específico essa realização — doeu no meu ego. Na minha fome como artista. E eu estou sempre pronta para devorar o mundo todo em três dentadas, então absorver essa realização doeu mais do que eu achei que iria.
Mais do que eu achei que deveria.
CAMP NANO

Me enfiei naquela loucura chamada NaNoWriMo.
(Resumidamente: o NaNoWriMo é um desafio para escritores e o objetivo é escrever 50k de palavras até o final de um mês (novembro, geralmente). O Camp NaNo seria a versão “acampamento” desse desafio, porque ele acontece em julho, férias nos EUA e tal. Caso você queira saber mais sobre você pode acessar o site aqui.)
Estou chamando meu projeto atual de PINHO🌲 (sou uma pessoa bem simples, então os apelidos das minhas ideias geralmente são junções dos nomes dos protagonistas — e para mim funciona, então tudo bem).
Essa é uma história que mistura mitologia grega, mangás shoujo e um clichê que eu amo ler e sempre quis escrever. Eu amo os protagonistas e comecei essa jornada lá em 2016, metade capricho meu, metade pedido de uma pessoa.
Então Uma noite inesquecível nasceu e eu me peguei pensando em possibilidades, em personagens, em nomes. Eu acabo escondendo muitas coisas dentro das minhas histórias, como easter eggs que funcionam para leitores atentos, mas é muito mais para mim mesma do que para qualquer outra pessoa. Então se você leu UNI, posso adiantar que vai encontrar citações sobre a história que eu estou terminando de escrever agora.
E eu amo isso.

Acredito no potencial incrível de PINHO🌲 e estou muito animada, querendo finalizar essa história para ontem. Eu penso em diversas coisas antes de sentar para escrever uma história, mas PINHO🌲 eu acabei começando em uma época na qual eu não pude dar a atenção que eu queria (sim, TCC) e só agora estou podendo olhar com carinho, calma e euforia para esse texto.
Vou tentar trazer mais novidades sobre. Mas fica aí a informação de que algo está vindo!
COISAS LEGAIS

SPEAK NOW (TAYLOR`S VERSION):
Eu estava muito animada para o SN (TV) e agora não paro de ouvir ele, em um repeat obsessivo. De forma geral, eu amei tudo. Acho que por eu estar re-ouvindo tudo, como se fosse a primeira vez, estou associando muito do álbum PINHO🌲 , principalmente as faixas: The story of us, Enchanted, Better than ravenge, Last kiss, I can see you, Foolish one.
EXTRAORDINARY YOU
Comecei a assistir esse k-drama por causa da Clara, minha leal escudeira (e melhor amiga nas horas vagas). A Clara falou MUITO desse drama quando assistiu ele e foi assim que ele entrou no meu radar. Eu sou uma leitora inveterada de manhwas, então esse k-drama está sendo um prato cheio para mim.
A protagonista do drama tem um problema no coração e é sempre maltratada pelo “interesse romântico” dela — até que ela descobre que é, na verdade, uma personagem extra de um manhwa (quadrinho coreano) e que tudo que acontece com ela é para dar palco para os protagonistas do manhwa brilharem e se apaixonarem.
Só que tudo muda quando um extra, sem nome (mas muito bonito!) acaba mudando o storyboard — ou seja: alterando o destino de todo mundo ali. Eu amo uma boa história colegial e esse k-drama é exatamente isso: adolescentes com amores, fofocas, rejeições e drama. Tudo isso salpicado por essa sensação de realismo maravilhoso, o que só faz parecer que esse k-drama foi feito para mim, sob medida.
Estou amando tudo: roteiro, personagens e escolhas narrativas. A protagonista, Dan-oh, é uma pentelha (risos) e ela combina demais com a narrativa de Extraordinary you. Também queria comentar que o Ro Woon (que também é idol e faz parte do SF9) é o protagonista e está brilhando MUITO aqui. Sério, impecável.
*chef kiss*
MEU PRÓXIMO LANÇAMENTO CHEGA EM AGOSTO!!!!
Logo eu começo os preparativos para o lançamento de Civy nas minha redes sociais, mas queria dizer nessa news que estou orgulhosa de tudo que preparei para as minhas meninas.
Como já comentei antes, eu tinha um plano para 2023 que era ousado e maluco, então as coisas estarem se alinhando está sendo um alívio tremendo. Muito animada para que as reações das artes, da capa e de todos oS brindeS que estão vindo aí junto com esse lançamento!
ANSIEDADE!
UFA.
Sei que atrasei essa news, mas como o projeto Ellipse está sendo algo para me divertir e ser um espaço mais seguro (para mim mesma), estou tentando não me cobrar muito sobre. Peço desculpas para o atraso e afirmo que vai voltar a acontecer.
De qualquer forma, é ótimo estar de volta!
Com carinho,
e pensando em portas mágicas e flores,