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#05: junho - lalalala estoy louco
sobre organização financeira e outras loucuras na vida literária
nessa edição:
o mundo ainda não parou de acabar;
investimentos em mim mesma;
também é preciso saber dizer adeus;
Antes de começar essa news, vim acertar datas, principalmente com os novos inscritos: essa newsletter é quinzenal e, por enquanto, estou mantendo ela nas quinta-feiras.
(Tirando essa semana que foi caótica e a culpa é da Taylor Swift… De novo. E do meu TCC. Mas prioridades!).
Caso ocorram alterações, vou comunicando nas próximas news.
Dito isso, vamos lá.
investimentos em mim mesma & outras loucuras
Ainda estou enrolada com o meu TCC. Enquanto eu escrevo isso, estou com páginas abertas fazendo os slides da minha defesa. Mas estava pensando sobre o que eu poderia escrever para a minha newsletter, então cá estou.
Eu ando uma espiral de ansiedade e, enquanto termino minha faculdade, estou dando atenção para meus projetos em andamento, para minha escrita, sem falar nos serviços editoriais que estou fazendo como freelance. E é justamente no mercado literário que eu estava pensando quando comecei a escrever essa news. Sobre como as pessoas que chegaram nele recentemente acham que três anos é muito tempo dentro desse mercado.
O mercado literário gira muito rápido e nosso mercado é um espelho do mercado gringo, de certa maneira. Temos um número bem grande de publicação de livros gringos e, geralmente, temos um atraso de um ou dois anos até, para as coisas que estão bombando lá fora chegarem aqui. E não é difícil a gente ver uma editora trazendo livros de 2017, 2018 com anos de atraso porque o livro acabou hypando tardiamente aqui no Brasil — dois exemplos disso: Os dois morrem no final e Como se fôssemos vilões.
Isso acontece porque o mercado editorial, apesar de trocar muito rápido de foco e de ideia sobre o que vende, também é muito lento. O processo e as etapas de entregar um livro redondo são de meses e meses. Então, de forma geral — com exceções aqui e ali — um livro é vendido em um ano para ser publicado, com muita sorte, no próximo.
Ainda assim, é um cenário normal um livro demorar dois anos para ser publicado, ainda mais porque editoras (principalmente as grandes) possuem uma alta demanda de autores sendo lançados. Isso significa que elas compram livros com antecedência de 1, 2 anos antes — às vezes mais. O que eu estou comentando aqui não são regras, pode sim existir outros movimentos editoriais, de tempos mais curtos, etc. No entanto, de forma mais… geral… O mercado tradicional trabalha com agendas. E agendas bem acertadas em questão de tempo.
O processo de assinar com uma editora é entender que ela não vai ser uma distribuidora do seu livro, mas sim quem vai cuidar de cada etapa dele junto de você. Também é entender que tudo toma tempo. Preparação do texto, revisão, diagramação, capa. Três anos é bastante tempo, mas dentro do mercado esse tempo se transforma em algo “mais curto”.
Estou comentando isso porque em 2021 eu arquitetei um plano e não era um plano fácil — nem barato.
Eu queria TRÊS lançamentos em um ano (maluca, doida, pirada!!!). Eu tinha (e ainda tenho) meus motivos para isso, no entanto.
Em 2022 não consegui concretizar esse meu plano maluco, então adiei ele para 2023. Teve gente que achou muito ousado da minha parte e eu não discordo disso — a questão é que desses três projetos, dois estão prontos e o menor, a novela, tinha tudo (todas as escaletas, fio condutor, personagens principais, etc) engatilhado desde 2018. Só que montar esses projetos em 1 ano, mesmo já estando escritos, dá muito trabalho.
E obviamente eu sabia que daria trabalho — mas saber e viver passo a passo são coisas bem diferentes.
É um bilhão de coisas acontecendo. Eu estou o ano inteiro solicitando orçamentos, seguindo artistas, pensando em capas, em ideias de brindes, avaliando questões dos textos. É muito difícil investir em si mesma e, sinceramente, não sou a pessoa mais organizada do mundo em questões financeiras. E lançar coisas gera gastos.
Agora também tenho longas conversas com a minha agente, Karol, que antes de ser minha agente era minha amiga Karol, e daí virou minha preparadora Karol, e daí evoluiu para Melhor Amiga Karol.
Amo Karol. Ela sempre me ouve com atenção, surta na medida certa e, quando eu preciso muito, me chacoalha — tipo naqueles dias que você quer apagar as 60 folhas de material escrito original e inédito que você está trabalhando na ideia desde 2019, tudo por causa de um mini surto. É aqui que a Karol entra e salva o dia (e ela faz isso com uma frequência razoável, por isso sou muito grata por tudo).
A questão toda é que… as coisas demoram. Sei que, às vezes, para quem está entrando por agora parece que as coisas não andam. Ou que dois anos, três anos é muita coisa. Claro que cada pessoa que escreve tem seu tempo, seu caminho e diversos fatores que interferem como contatos, agenciamento, redes sociais bombando, etc. Mas ainda assim, eu digo: o tempo dos homens, de Deus e do mercado editorial são tempos muito diferentes.
Estou refletindo sobre tudo isso porque sei que muita gente que me acompanha e se inscreveu nessa newsletter é mais o leitor final do que pessoas que trabalham para o mercado e dentro do mercado.
Claro, se você está inteirado do que eu estou falando, tudo soa repetitivo, mas existem pessoas descobrindo sobre os processos editoriais a todo momento e ninguém é obrigado a saber de tudo instantaneamente assim que se interessa por algo, então gosto de comentar sobre o (pouco) que eu sei. E o que eu sei é que para viver dentro dessa selva é preciso muita paciência. Às vezes, mais do que a gente realmente tem.
Ainda assim, nada supera o gostinho de ver sua capa pronta! Eu tô apaixonada pela capa de CIVY, que ficou pronta enquanto eu escrevia essa news!!! Vou deixar o Art Station da artista que me entregou essa OBRA DE ARTE aqui para quem tiver interesse em dar uma olhadinha.
É maravilhoso quando a ideia maluca e sem juízo dá certo.
sorte? destino? (provavelmente: trabalho)
Recentemente, umas coisas bem interessantes aconteceram na minha vida. Eu não sou uma pessoa religiosa, mas acredito que existe… algo, em algum lugar, agindo. Em algum momento decidi que isso basta para mim. Acredito em karma, em universo, em sorte, destino e coisas predestinadas.
Existem umas coincidências bizarras demais na nossa vida e é nessas horas que eu penso que existe magia no nosso universo. Talvez não do jeito que a gente lê em livros, mas diluída em pequenas doses, em pequenos momentos.
Estou trabalhando muito esse ano, como comentei ali em cima. O que não significa que eu não tenha trabalho antes, é claro, mas estou animada para trabalhar ainda mais e espero logo trazer notícias do próximo lançamento. Eu ando mais focada em mim, nas coisas que gosto, nas pessoas que amo, do que gastando energia com outras coisas. Ando um tico afastada de redes sociais e, às vezes, bate uma culpa. Mas daí eu lembro que rede social não é minha vida. É só um reflexo de quem eu sou, algo que é completamente editado: não dá para a gente viver online 24h por dia, 7 dias por semana.
Acho que finalmente estou tendo um momento para olhar ao meu redor e ver o que eu quero manter na minha vida, o que faz sentido para quem eu sou nesse momento agora. É preciso saber o momento de dizer adeus para coisas, para sentimentos, para ciclos, para pessoas. Estou vivendo isso desde janeiro — talvez desde agosto do ano passado. Mas agora, perto do meu vai ou racha, eu percebo isso com mais clareza.
E, por mais que algumas coisas doam, saber que a hora de deixar algo partir chegou também é mágico.
Faço terapia tem uns anos e sempre levo o que não consigo organizar dentro de mim para conversas duras, mas necessárias, com a minha psicóloga — que é uma pessoa fantástica, por sinal. Aprendi que muita coisa (muita coisa mesmo) é muito mais um reflexo do que a gente espera dos outros do que qualquer outra coisa. É a gente que, frustrado com nossa própria bagunça interna, tenta atribuir a culpa para qualquer outro, menos para nós mesmos.
E é normal. É um processo tolo e humano e estamos todos fadados a repetir ele. Não é um erro errar — mas é um erro esperar que a receita de um bolo de fubá asse e se transforme em um bolo de cenoura. É um erro plantar um pé de laranja e esperar que ele dê mangas. É um erro.
E, depois de refletir um pouco sobre isso, aqui vai um pequeno spoiler do meu próximo lançamento:
É uma história sobre pessoas que não sabem a hora de dizer adeus.
CORAÇÃO MORTO FEZ DOIS MESES

Dia 12 agora CM fez dois meses! Fica aqui meu obrigada curtinho, mas sincero, para todo mundo que divulgou, deu RT, curtiu, compartilhou, leu, indicou, foi gentil comigo nessa fase tão doida da minha vida (TCC! TCC!!).
Estou muito feliz com todas as coisas que cianeto conquistou. Essa história foi um desejo febril meu, poder escrever Celeste foi algo tão Grande Magia — como já diria Elizabeth Gilbert.
De qualquer forma: obrigada!
COISAS QUE EU AMEI
homem-aranha: através do aranhaverso

Assisti esse aqui no cinema e estou obcecada por ele desde então. Eu amei o primeiro filme, e esse segundo conseguiu ser uma sequência muito bem pensada — o que é sempre algo muito difícil para sequências, na minha humilde opinião.
Homem-aranha (2002) foi o primeiro filme que eu vi no cinema, com meus pais. É o super-herói favorito do meu pai, de acordo com ele mesmo, e eu cresci assistindo o homem-aranha do Tobey Maguire. Acho que, graças a isso, esse herói tem um lugarzinho mais sensível dentro do meu coração.
Quando ao aranhaverso: eu amo Miles Morales. Amo a trilha sonora desses dois filmes. Amo a ideia de universos e histórias fadadas a se repetirem e eventos canônicos. Esse filme tem uns dialógos maravilhosos e, sei que a fórmula de herói anda batida e ninguém aguenta mais Marvel, mas para mim esse filme novo do Miles foi aquele brilhozinho do “o quanto um filme de herói pode ser divertido” se reacendendo. Foi tudo tão incrível!!!
Simplesmente APAIXONADA por esse filme e ansioso para o terceiro aranhaverso!
semantic error

Eu já tinha lido o manhwa e assistido o k-drama — que foram duas adaptações dessa novel coreana BL — então estava muito animada para finalmente ler e, como eu já desconfiava, veio aí um cinco estrelas. Basicamente, é um haters to lovers, no qual um estudante de engenharia da computação e um estudante de design começam com o pé esquerdo, mas acabam trabalhando juntos na ideia e desenvolvimento de um jogo eletrônico. Só que no meio do caminho o ódio e o ranço acabam virando outra coisa da parte de um deles, enquanto o outro ainda não entendeu bem que o que ele está sentindo é (possivelmente) amor.
A novel toda é sobre os sentimentos deles. Graças a isso, mesmo os dois protagonistas estando no ambiente universitário, você acaba sendo guiado na direção do romance deles — e isso não é uma reclamação.
Eu amei que a novel é dividida em números binários nos capítulos do Sangwoo, que é o estudante de computação, e cores para o Jaeyoung, que é o estudante de design.
É sempre bom lembrar que essas novels asiáticas, de forma geral, tem um método de publicação diferente: elas são publicadas por capítulo em seus países de origem. Graças a isso, o livro 1 (de 2) não acaba de maneira exatamente redonda ou com um cliffhanger bombástico. Ele só… acaba. Risos. Talvez leitores novatos de novels estranhem um pouco esse formato, então deixo aqui o aviso.
De qualquer maneira, eu amei. Recomendo a novel demais. Gosto muito do drama também, foi uma adaptação bem fiel (posso dizer isso agora que li a novel). O manhwa ainda está sendo lançado ainda, então dá para ler e alcançar até o último capítulo alcançado.
Ufa. Essa newsletter foi a que mais me deu trabalho até então. Eu sinto que não falei grandes coisas, nem fui tão objetiva, além do fato de que eu obviamente atrasei o envio dela (de novo: estou tentando! o que eu posso! no momento!).
Mas ainda assim, quis escrever sobre esses tópicos aleatórios e esses sentimentos confusos.
Nos vemos na próxima news!
Com carinho,
e sonhando com o fim do TCC!,